É difícil elaborar um sentido único para a palavra contemporâneo, já que vários autores classificam a palavra em diferentes contextos.

A palavra contemporâneo geralmente designa pessoas ou coisas que viveram durante uma mesma época, mas transportando para o mundo das artes, a nomenclatura surge para designar uma tendência artística que se construiu a partir do pós-modernismo.

Nesse texto, porém, falaremos do estilo de se vestir e por isso vamos usar a palavra para designar as características do traje contemporâneo (ou atual), que consequentemente se diferenciou com o passar de épocas.

E quando falamos de um estilo contemporâneo estamos nos referindo a um estilo alinhado com o modo de vida moderno e atual. E o que era contemporâneo no passado, já não é mais hoje.

As roupas e o jeito de ser vestir mudam com o tempo e evoluem de acordo com os costumes, cultura e modo de vida de cada época.

No princípio a roupa surgiu como proteção para o corpo, e isso com o decorrer de séculos também mudou, influenciado pelo comportamento, hábitos e anseios de cada povo e geração.

Durante eras homens da realeza se vestiam com trajes que ostentavam o status privilegiado com grande extravagância e exagero na quantidade de decoração.

Características das roupas nobres no século XVII

Essa foi uma tendência predominante no renascimento e que se arrastou para outros períodos.

Na época do rococó, o design das roupas eram menos opulentos e extravagantes do que os trajes masculinos no século XVII, ainda assim. as peças mantinham todo um exagero e esplendor para manter clara as distinções de classe.

Cores vibrantes, lindos bordados e rendas caras eram indispensáveis para homens elegantes da época.

Porém, como as roupas criadas no período serviam principalmente para demonstrar a posição social e não para dar mobilidade e comodidade, era muito incômodas e desconfortáveis.

Em oposição a essa vestimenta, surge o estilo contemporâneo da época, o que conhecemos hoje como roupa clássica.

O nascimento da roupa clássica

Na segunda metade do século XVIII, a aristocracia inglesa reconsiderou a elegância dando preferência para simplificação das formas em detrimento do exibicionismo.

Após a revolução industrial, a burguesia necessitava de roupas mais simples e articuladas para trabalhar e, a partir do século XIX, com mudanças econômicas e sociais intensas, a simplificação começou a se tornar possível.

Surgem trajes mais sóbrios e elegantes, grande influência para o aparecimento do terno.

Antes de se consolidar como traje formal, os homens da era vitoriana usavam para passeios e cavalgadas a sobrecasaca, antecessor do paletó.

Com o fim dessa era, a peça de forte influência militar, começou a ser amplamente utilizada pelos homens em diversas ocasiões perdendo seu status de traje informal de passeio.

Isso marcou o começo do nascimento da roupa clássica tal como se apresenta hoje, mas muitas outras mudanças na moda aconteceram desde aquele período, e um dos grande impulsionadores continuou sendo a busca pelo conforto.

O grande problema que surgiu é que por mais que o traje masculino clássico fosse muito mais confortável que as roupas usadas nos séculos passados, ainda estava longe do conforto ideal.

As tecnologias não deram conta de transformar a vestimenta masculina em itens confortáveis ao mesmo tempo que mantinha a seriedade e rigor que a época exigia.

Embora fosse o símbolo máximo da elegância, o conjunto camisa, terno e gravata começou a ser desprezado, porque não proporcionam o conforto que as gerações futuras exigiriam.

Isso começou acontecer a partir de 1950 quando surgiu uma nova revolução no traje masculino. O pós guerra trouxe diversas reflexões e os jovens da época começaram a questionar os valores conservados pelos seus pais, inclusive sobre o modo de se vestir.

Devido a uma falha da indústria que não conseguiu acompanhar as mudanças ansiadas pela juventude, o traje clássico foi relegado para serem usados apenas em ocasiões formais.

Tentativa da roupa casual em ser contemporânea

Os astros do cinema e da música foram os grande influenciadores dessa geração que com sua rebeldia revolucionou a culturas, as artes e criou um novo estilo contemporâneo de se vestir: o estilo casual.

Foram os jovens que se apropriaram da camiseta e tornaram a peça um item socialmente aceito nas ruas.

Antes disso, era um item de baixo usado apenas por dentro do terno e só aparecia na intimidade do lar. Em prol do conforto, os jovens abriram assim mão da elegância e adotaram o estilo contemporâneo da época, com sua camiseta e calça jeans.

Mas o mundo não deixou de evoluir e os anseios do homem moderno já não são os mesmos da juventude de 70 anos atrás.